A FÉ IMPOSSÍVEL – PARTE 1

janeiro 14, 2007 às 1:40 pm | Publicado em Blogroll, Uncategorized | Deixe um comentário

A FÉ IMPOSSÍVEL – PARTE 1

Ou: Como não começar uma religião antiga.

Por: J.P. Holding – Tektonics.org

http://www.tektonics.org/lp/nowayjose.html

Sumário: Oferece 17 razões pelas quais o Cristianismo não poderia ter sobrevivido no mundo antigo, a menos que tivesse evidências indiscutíveis da ressurreição de Jesus.

Ao longo dos anos, coletamos literalmente resmas de informações em defesa da fé cristã. Neste tempo, utilizamos e lidamos com numerosas fontes informando sobre o contexto social e literário do Novo Testamento. Agora chegou a hora de juntar os pedaços de algumas dessas fontes em uma defesa geral da fé. (Temos comentários sobre algumas reações a este artigo de certos caipiras locais no MetaFilter aqui.)

Adotamos o subtítulo Como não começar uma religião antiga. O contexto aqui é sobre certas acusações dos céticos, de que o Cristianismo foi um movimento nascido do ditado de que, nasce um besta a cada minuto, e o Cristianismo, em seu início, teve bestas “pra mais de ano”. Como prova, somos apontados para várias personalidades e/ou movimentos na história – Sabbatai Sevi, Zalmoxis ou Alex e Glycon (Glycon era uma serpente de estimação). Temos mostrado que cada um destes paralelos é inadequado, mas agora é a hora de organizar uma lista compreensível de tópicos que afirmamos que os críticos devem lidar quando forem explicar o motivo do Cristianismo ter sucedido onde certamente deveria ter falhado ou morrido como estes outros movimentos. Dizer meramente que foi por “sorte”, ao passo que Sevi et al., não, não será uma resposta adequada – e na verdade, como veremos, é a resposta menos provável.

 

Abaixo eu ofereço uma lista de 17 fatores a serem considerados – ocasiões onde o Cristianismo “fez a coisa errada” a fim de se tornar uma religião de sucesso. Eu alego que a única forma do Cristianismo ter tido sucesso é porque realmente é uma fé revelada – e porque tinha testemunhos irrefutáveis sobre a ressurreição. Eu posso adicionar mais fatores enquanto minha pesquisa continua. Por enquanto, isso deve ser o bastante para manter os céticos ocupados, se eles já não estiverem engajados em estudos buscando contradições numéricas entre 1 Reis e 1 Crônicas, ou escavando figuras pagãs obscuras e irrelevantes que vendiam óleo de cobra. Os leitores veteranos notarão que há poucas novidades relatadas neste artigo que já não possam ser encontradas em outros locais deste site; realmente, muito do que é mostrado abaixo foi literalmente tirado de outros artigos – só a aplicação que é nova.

Fator #1 – Quem iria crer em um crucificado?

· 1 Coríntios 1:18 De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.

· 1 Coríntios 15:12-19 – 12Se a nossa mensagem é que Cristo foi ressuscitado, como é que alguns de vocês dizem que os mortos não vão ressuscitar? 13Se não existe a ressurreição de mortos, então quer dizer que Cristo não foi ressuscitado. 14E, se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar, e vocês não têm nada para crer. 15E mais ainda: nesse caso estaríamos mentindo contra Deus, porque afirmamos que ele ressuscitou Cristo. Mas, se é verdade que os mortos não são ressuscitados, então Deus não ressuscitou Cristo. 16Porque, se os mortos não são ressuscitados, Cristo também não foi ressuscitado. 17E, se Cristo não foi ressuscitado, a fé que vocês têm é uma ilusão, e vocês continuam perdidos nos seus pecados. 18Se Cristo não ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos. 19Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo.

Com a exceção dos que crêem que Jesus nunca existiu (JNE) e os que crêem em teorias conspiratórias (e no que diz respeito a este assunto, eu incluo os muçulmanos neste grupo!), poucos negariam a realidade histórica da crucificação. Contudo, uma vez que a porta é aberta, ela traz o primeiro dos nossos problemas: Quem acreditaria em uma religião centrada em um homem que foi crucificado?

Como mostrado amplamente por Martin Hengel em sua monografia, Crucifixion [Crucificação], a vergonha da cruz era o resultado de uma norma fundamental do Império Greco-Romano. Hengel observa que “a crucificação era um caso absolutamente ofensivo, ‘obsceno’ no sentido original da palavra”. (22) Como Malina e Rohrbaugh notam em seu Social-Science Commentary on John [Comentário Sociológico de João] [263-4], a crucificação era um “ritual de degradação do status desenvolvido para humilhar de todas as formas possíveis, incluindo o simbolismo da encravação das mãos e pernas, significando a perda de poder, e perda da habilidade de controlar o corpo de várias formas, inclusive podendo se sujar com seus próprios excrementos. O processo era tão ofensivo que os Evangelhos oferecem as descrições mais detalhadas de uma crucificação nos tempos antigos – o assunto deixava os autores pagãos muito revoltados para oferecerem descrições igualmente compreensíveis – apesar do fato de que foram realizadas milhares de crucificações ao mesmo tempo, em algumas ocasiões. “(O) mundo literário culto não queria relacionar-se com [a crucificação], e como regra, manteve-se em silêncio a respeito disso”. (38) Era sabido desde o tempo de Paulo (1 Coríntios 1:18; veja também Hebreus 12:2) que pregar sobre um salvador que sofreu as desgraças deste tratamento era tolice. E era assim tanto para os Judeus (Gálatas 3:13; Deuteronômio 21:23) quanto para os Gentios. Justino Mártir escreveu posteriormente em sua primeira Apologia 13:4 –

Eles dizem que nossa loucura consiste no fato de que nós colocamos um homem crucificado em segundo lugar, depois do Deus eterno e imutável…

Celso descreve Jesus como alguém “amarrado da forma mais ignominiosa” e “executado de forma vergonhosa”. Josefo descreve a crucificação como “a mais desprezível das mortes”. Um oráculo de Apolo preservado por Agostinho descrevia Jesus como “um deus que morreu em desilusões … executado no verdor dos anos pela pior das mortes, uma morte atada ao ferro”. (4) E assim são as opiniões: Sêneca, Luciano, Pseudo-Manetho, Plautus. Mesmo as classes baixas se juntaram a farsa, como demonstrado por um grafite apresentando um homem suplicando diante de uma figura crucificada com a cabeça de um jumento, com o subtítulo: “Alexamenos adora a deus”. (A cabeça de jumento sendo um reconhecimento das raízes Judaicas do Cristianismo: Uma convenção da polêmica anti-Judaísmo era que os Judeus adoravam um jumento no templo deles. – 19) Embora confuso em outros assuntos, Walter Bauer afirmou corretamente (ibid.):

Os inimigos do Cristianismo sempre se referiam à desgraça da morte de Jesus com grande ênfase e prazer malicioso. Um deus ou o filho de deus em uma cruz! Aquilo era o bastante para liqüidar a nova religião.

E DeSilva adiciona [51]:

Nenhum membro da comunidade Judia ou a sociedade Greco-Romana adotaria a fé ou se juntaria ao movimento Cristão sem antes aceitar que a perspectiva de Deus sobre o tipo de comportamento que merece honra difere excessivamente da perspectiva dos seres humanos, visto que a mensagem sobre Jesus é a de que os líderes Judeus e Gentios de Jerusalém avaliaram Jesus, suas convicções e seus feitos como merecedores de uma morte vergonhosa, mas Deus subverteu a avaliação que eles tinham de Jesus ao ressuscitá-lo dos mortos e sentá-lo à direita de Deus como Senhor.

N.T. Wright também aponta isso em Resurrection of the Son of God [A Ressurreição do Filho de Deus – 543, 559,563]:

O argumento, neste ponto, procede em três estágios. (i) O Cristianismo primitivo foi sistematicamente messiânico, moldando-se sobre a crença de que Jesus era o Messias de Deus, o Messias de Israel. (ii) Mas a concepção de Messias no Judaísmo, da forma como era, nunca contemplou alguém fazendo o tipo de coisas que Jesus havia feito, sem falar no destino que ele teve. (iii) O historiador deve, portanto, perguntar por que os primeiros Cristãos reivindicavam essas coisas sobre Jesus, e por que reordenaram suas vidas de acordo com isso.

As crenças do Judaísmo sobre a vinda de um Messias, e sobre os feitos que se esperava que tal personalidade cumprisse, vieram em várias formas e tamanhos, mas não incluíam uma morte vergonhosa, que deixou o Império Romano celebrando a vitória de forma habitual.

Alguma coisa aconteceu com a crença sobre a vinda de um Messias … ela não foi nem abandonada, nem simplesmente reafirmada em grande extensão. Ela foi redefinida baseada em Jesus. Por quê? Os primeiros Cristãos respondiam a essa questão, é claro, com uma só voz: Nós cremos que Jesus era e é o Messias, pois ele ressuscitou dos mortos. Nada mais funcionaria aqui.

A mensagem da cruz era repulsiva, uma vulgaridade em seu contexto social. Discutir a crucificação era o pior tipo de faux pas [passo em falso – falta de etiqueta]; era relacionado, mas somente no sentido mais superficial, a discutir técnicas de recuperação de esgotos durante uma boa refeição – mas pior ainda quando em associação com um suposto deus ter vindo à terra. Hengel adiciona: “Um Messias crucificado … deve ter parecido com uma contradição de termos para qualquer um, Judeu, Grego, Romano ou bárbaro. Eles certamente julgariam tolo e ofensivo se alguém lhes perguntasse se acreditariam nisso. “Que um deus desceria ao reino da matéria para sofrer dessa forma tão ignominiosa” era contrário não somente ao pensamento político Romano, mas a todo o etos da religião dos tempos antigos, e em particular, às idéias sobre Deus que as pessoas educadas tinham”. (10, 4) Anunciar um deus crucificado seria semelhante à Convenção Batista do Sul anunciar que passaria a sancionar a pedofilia! Se Jesus realmente era um deus, então de acordo com o pensamento Romano, a crucificação nunca deveria ter acontecido. Celso, um antigo crítico pagão do Cristianismo, escreve:

Mas se (Jesus) era tão grande, ele deveria, a fim de demonstrar sua divindade, ter desaparecido repentinamente da cruz.

Este comentário representa não somente o desafio de um cético, mas é um reflexo de uma consciência impregnada sócio-teologicamente. Os Romanos não podiam antever um deus morrendo como Jesus e ponto final. Assim como discutir sobre se o céu é verde, ou se os porcos voam, mas estes argumentos pelo menos não ofendiam as sensibilidades ao máximo. Precisamos enfatizar isto (pela primeira, mas não última vez) de uma perspectiva social, pois a nossa própria sociedade não é tão sintonizada quanto ao processo de honra quanto a sociedade antiga. Achamos estranho assistir Shogun e imaginar homens se suicidando pelo bem da honra. Os Judeus, Gregos e Romanos não achariam nada de estranho nisso. Como David deSilva mostra em Honor, Patronage, Kinship and Purity [Honra, Clientelismo, Afinidade e Pureza], aquilo que era honorável, era, para os antigos, de importância primordial. A honra era posta acima da própria segurança pessoal e era o elemento chave ao se decidir modos de ação. Isócrates dá conselhos pessoais baseado não no que era “certo ou errado”, mas sim no que era “nobre ou desonroso”. “A promessa da honra e a ameaça da desgraça [eram] estimulantes proeminentes quando se procurava certo tipo de vida e para evitar muitas alternativas.” [24] O Cristianismo, é claro, respondia que a morte de Jesus foi um ato honorável de sacrifício pelo bem alheio – mas esse tipo de lógica só funciona se você já estivesse convencido por outros meios!

Sendo este o caso, podemos perguntar de forma razoável pela primeira vez neste ensaio, por que o Cristianismo teve sucesso. A infâmia de um salvador crucificado era um impedimento tão grande para a fé cristã como é hoje em dia – de fato, era muito, muito mais! Por que, então, havia Cristãos? Na melhor das hipóteses este deveria ter sido um movimento com somente alguns seguidores estranhos, e então morrido dentro de algumas décadas como uma nota de rodapé, se sequer fosse mencionado. A realidade histórica da crucificação não poderia, é claro, ser negada. Para sobreviver, o Cristianismo ou teria de ter se tornado gnóstico (como realmente aconteceu em alguns desdobramentos), ou então não ter se incomodado com Jesus, e meramente ter feito dele o primeiro mártir de um ideal moral mais eminente dentro do Judaísmo. Teria sido absurdo sugerir, para um Judeu ou Gentio, que um ser crucificado era digno de adoração ou que morreu pelos nossos pecados.

Só pode haver uma única boa explicação: O Cristianismo teve sucesso, pois da cruz veio a vitória, e após a morte veio a ressurreição! A vergonha da cruz converteu-se em uma das provas mais incontestáveis do Cristianismo!

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Tradução – Maximiliano Mendes

A SOBREVIVÊNCIA DO MAIS FALSO

janeiro 13, 2007 às 2:43 pm | Publicado em Blogroll, Uncategorized | Deixe um comentário

 

A SOBREVIVÊNCIA DO MAIS FALSO

A ciência sabe que muitos dos pilares da teoria Darwiniana ou são falsos ou são equivocados. Contudo, os livros de biologia continuam a apresentá-los como evidência factual a favor da evolução. No que isso implica, sobre os padrões científicos desses livros?

Jonathan Wells

 

Este artigo foi originalmente publicado em The American Spectator Dezembro 2000 / Janeiro 2001.

Se você me perguntasse, durante os meus anos estudando ciências em Berkeley, se eu acreditava ou não no que lia nos meus livros de ciências, eu teria respondido de forma semelhante àquela dos meus outros amigos estudantes: surpreso que tal questão teria de ser feita. Pode se encontrar pequenos erros, claro, erros de digitação ou de impressão. E a ciência está sempre descobrindo coisas novas. Mas eu acreditava – tinha como certo – que meus livros de ciências representavam o melhor conhecimento científico disponível no tempo.

Entretanto, foi somente quando eu estava terminando meu Ph.D. em biologia celular e do desenvolvimento, que eu notei o que primeiramente pensei ser uma anomalia estranha. O livro que eu mais utilizava apresentava desenhos de embriões de vertebrados – peixes, galinhas, humanos, etc. – onde as similaridades eram apresentadas como evidência para se crer que todos tinham um ancestral comum. Realmente, os desenhos pareciam muito semelhantes. Mas eu já estava estudando embriões por algum tempo, observando-os com o microscópio. E eu sabia que os desenhos estavam simplesmente errados.

Eu chequei todos os meus livros novamente. Todos eles tinham desenhos similares, e todos eles estavam obviamente errados. Não somente eles distorciam os embriões apresentados; eles omitiam estágios anteriores nos quais os embriões pareciam muito diferentes uns dos outros.

Como a maioria dos outros estudantes de ciências, como a maioria dos cientistas, eu deixei passar. Isso não afetava o meu trabalho diretamente, e eu assumi que, enquanto os livros, de alguma forma, erraram neste ponto, isso era uma exceção à regra. Porém, em 1997, meu interesse no desenho dos embriões reviveu quando o embriologista Michael Richardson e seus colegas publicaram o resultado de seu estudo comparando os desenhos dos livros com embriões reais. Como o próprio Richardson foi citado no prestigioso jornal Science: “Parece que isso está se tornando uma das falsificações mais famosas da biologia.”

Pior, esta fraude não era recente. Nem foi descoberta recentemente. Os desenhos de embriões que aparecem na maioria dos livros do ensino médio e universidades são as reproduções ou são baseados numa série de desenhos feitos pelo biólogo alemão do Século XIX Ernst Haeckel, um Darwinista fervoroso. E há mais de 100 anos os estudiosos de Darwin e da teoria da evolução sabem que estes desenhos são falsificações. Mas aparentemente, nenhum deles achou certo corrigir esta informação errônea quase onipresente.

Ainda crendo que isto era uma circunstância especial, eu fiquei curioso para ver se poderia encontrar outros erros nos livros texto padrão de biologia lidando com a evolução. Entretanto, minha busca revelou um fato assustador: Longe de ser uma exceção, tais informações errôneas freqüentemente são a regra. Em meu livro recente, eu os chamo: Icons of Evolution [Ícones da Evolução], devido ao fato de que tantos deles são representados por ilustrações freqüentemente repetidas que, como os desenhos de Haeckel, serviram seu propósito pedagógico muito bem – estabelecer informações errôneas básicas sobre a teoria da evolução na opinião do público.

Todos nós lembramos delas das aulas de biologia: O experimento que criou os “blocos de construção da vida” em um tubo; a “árvore” evolutiva, enraizada na lama primordial e ramificando-se em vida animal e vegetal. Então havia as estruturas ósseas semelhantes de, digamos, a asa de um pássaro e a mão de um homem, as mariposas pimenta [Biston betularia], e os tentilhões de Darwin. E, claro, os embriões de Haeckel.

Casualmente, todos estes exemplos, como também muitos outros presumivelmente representando evidências a favor da evolução, mostram-se incorretos. Não só ligeiramente incorretos. Os textos continham distorções massivas e até mesmo evidências falsas sobre a evolução Darwiniana. Também não estamos falando só sobre os livros de ensino médio, que alguns podem perdoar (mas não deveriam) por aderirem a um padrão mais baixo. Alguns dos mais prestigiados livros universitários também são culpados, como Evolutionary Biology de Douglas Futuyma e Molecular Biology of the Cell, que tem como co-autor o presidente da National Academy of Sciences – NAS [Academia Nacional de Ciências], Bruce Alberts [Ambos os livros têm edições traduzidas para a língua portuguesa]. Na verdade, quando a “evidência” falsa é retirada, a defesa da evolução Darwiniana, pelo menos nos livros textos, torna-se magra ao ponto de ser quase invisível.

A Vida em uma Garrafa

Qualquer um que já era velho o bastante em 1953 para entender a importância das notícias, lembra-se quão chocante, e para muitos, estimulante, ela foi. Os cientistas Stanley Miller e Harold Urey tiveram sucesso em criar “os blocos de construção” da vida em frascos. Imitando o que se acreditava ser as condições naturais da atmosfera da Terra primitiva, e então emitindo fagulhas elétricas através dela, Miller e Urey tinham produzido aminoácidos simples. Como os aminoácidos são os “blocos de construção” da vida, pensou-se que seria apenas uma questão de tempo até que os cientistas pudessem criar organismos vivos.

No tempo, parecia uma confirmação dramática da teoria da evolução. A vida não era um “milagre”. Nenhuma intervenção externa ou inteligência divina era necessária. Ponha os gases certos juntos, adicione eletricidade, e a vida certamente surgirá. É um evento comum. Carl Sagan poderia então prever seguramente na PBS que os planetas orbitando aquelas “bilhões e bilhões” de estrelas no espaço devem estar simplesmente repletos de vida.

Entretanto, havia problemas. Os cientistas nunca foram capazes de ir além dos aminoácidos mais simples em suas simulações de ambientes primordiais, e a criação de proteínas começou a parecer não com um passo simples ou alguns poucos passos, mas sim, como uma grande barreira, talvez intransponível.

Todavia, o golpe fatal no experimento de Miller-Urey veio nos anos de 1970, quando os cientistas começaram a concluir que a atmosfera primitiva da Terra não era nem um pouco parecida com a mistura de gases utilizada por eles. Ao invés de ser o que os cientistas chamam de um ambiente “redutor”, ou rico em hidrogênio, a atmosfera da Terra primitiva provavelmente consistia de gases liberados pelos vulcões. Hoje em dia há quase um consenso sobre isso dentre os geoquímicos. Mas se você colocar esses gases vulcânicos no aparelho de Miller-Urey, o experimento não funciona – em outras palavras, não produz “blocos de construção” da vida.

O que os livros fazem com este fato inconveniente? Geralmente eles ignoram isso e continuam a utilizar o experimento de Miller-Urey para convencer os estudantes de que os cientistas demonstraram um primeiro passo importante na origem da vida. Isto inclui o já mencionado Molecular Biology of the Cell, que tem o presidente da NAS, Bruce Alberts como co-autor. A maioria dos livros também continua dizendo aos estudantes que os cientistas que pesquisam a origem da vida também encontraram uma abundância de outras evidências para explicar como a vida teria se originado espontaneamente – mas eles não contam aos estudantes que os próprios pesquisadores atualmente reconhecem que a explicação ainda os ilude.

 

Atualmente, há quase um consenso dentre os geoquímicos de que a atmosfera da Terra primitiva consistia de gases vulcânicos. Ponha estes gases na aparelho de Miller-Urey e o experimento não funciona. (Figura – Biology: The Dynamics of Life, McGraw-Hill).

 

Embriões Falsificados

 

Darwin Pensava que “de longe, a mais forte categoria de fatos a favor” de sua teoria viria da embriologia. Porém, ele não era um embriologista, então se apoiou no trabalho do biólogo alemão Ernst Haeckel, que produziu desenhos de embriões de várias classes de vertebrados para mostrar que eles são virtualmente idênticos nos seus estágios iniciais de desenvolvimento, e tornam-se notavelmente diferentes somente quando se desenvolvem. Foi esse padrão que Darwin achou tão convincente.

 

Isto pode ser a mais rude das distorções, visto que os biólogos já sabem há mais de um século que os embriões de vertebrados nunca se parecem tão semelhantes como Haeckel os desenhou. Em alguns casos, Haeckel utilizou a mesma xilogravura para copiar os embriões que supostamente eram de classes diferentes. Em outras, ele tratou seus desenhos para fazer os embriões parecerem mais semelhantes do que eram na verdade. Os contemporâneos de Haeckel repetidamente criticavam-no por estas adulterações e houve abundantes acusações de fraude durante sua vida. Em 1997 o embriologista britânico Michael Richardson e um time internacional de estudiosos compararam os desenhos de Haeckel com fotografias reais de embriões de vertebrados, demonstrando de forma conclusiva que os desenhos deturpavam a verdade.

 

Os desenhos também são enganosos de outra forma. Darwin baseou sua inferência de ancestralidade comum na crença de que os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário são os mais similares. Os desenhos de Haeckel, contudo, omitem completamente os estágios iniciais, que são muito diferentes, e começa em um ponto, na metade do caminho do desenvolvimento, em que são mais similares. O embriologista William Ballard escreveu em 1976 que é “somente com o uso de truques semânticos e seleção subjetiva da evidência”, ao “dobrar os fatos da natureza”, que alguém pode argumentar que os estágios iniciais dos vertebrados são mais semelhantes que seus adultos.

 

Contudo, algumas versões dos desenhos de Haeckel podem ser encontrados na maioria dos livros atuais de biologia. Stephen Jay gould, um dos maiores proponentes da teoria da evolução, escreveu recentemente que nós deveríamos estar “estupefatos e envergonhados pelo século de reciclagem descuidada que levou à persistência desses desenhos em um grande número, se não na maioria dos livros modernos.” (Eu irei retornar abaixo à questão do por que somente agora o Sr. Gould, que sabia dessas falsificações por décadas, decidiu trazê-las para o grande público).

 

 

Os embriões falsificados de Haeckel, apresentados como evidência a favor da evolução, em Molecular Biology of the Cell, 3ª ed. Por Bruce Alberts, presidente da NAS, et al. (Garland Publishing)

 

A Árvore da Vida de Darwin

 

Darwin escreveu em A Origem das Espécies: “Eu vejo todos os seres não como criações especiais, mas como os descendentes diretos de alguns poucos seres” que viveram no passado distante. Ele acreditava que as diferenças entre as espécies modernas surgiram primariamente através de seleção natural, ou sobrevivência do mais apto, e descreveu todo o processo como “descendência com modificação”.

 

É claro que ninguém duvida que certa quantidade de descendência com modificação ocorra dentro das espécies. Mas a teoria de Darwin alega explicar a origem de novas espécies – na verdade, de todas as espécies, desde que as primeiras células surgiram no caldo primordial.

 

Esta teoria tem a virtude de fazer uma previsão: Se todos os seres vivos são descendentes gradativamente modificados de uma ou mais formas originais, então a história da vida deveria parecer com uma árvore cheia de ramos. Infelizmente, apesar dos pronunciamentos oficiais, esta previsão, em alguns aspectos, mostrou-se errônea.

 

O registro fóssil mostra os maiores grupos de animais aparecendo completamente formados aproximadamente no mesmo período, em uma “explosão Cambriana”, ao invés de divergirem a partir um ancestral comum. Darwin sabia disso, e considerou isso como uma objeção séria à sua teoria. Mas ele atribuía este fato à imperfeição do registro fóssil, e achava que pesquisas posteriores supririam os ancestrais perdidos.

 

Mas um século e meio de coleta constante de fósseis somente agravou o problema. Ao invés das diferenças ligeiras aparecerem primeiro, são as grandes diferenças que aparecem logo no início. Alguns especialistas em fósseis descrevem isso como “evolução de cima pra baixo”, e notam que isto contradiz o padrão “de baixo pra cima” previsto pela teoria de Darwin. Contudo, a maioria dos livros de biologia modernos nem mesmo menciona a explosão Cambriana, muito menos aponta o desafio que ela representa para a evolução Darwiniana.

 

Então veio a evidência da biologia molecular. Os biólogos dos anos 1970s começaram a testar o padrão da árvore ramificada de Darwin ao comparar moléculas de várias espécies. Quanto mais semelhantes as moléculas de duas espécies diferentes são, presume-se que são mais proximamente relacionadas. Inicialmente essa abordagem pareceu confirmar a árvore da vida de Darwin. Mas à medida que os cientistas comparavam mais e mais moléculas, eles descobriram que moléculas diferentes geravam resultados conflitantes. O padrão de árvore ramificada inferido a partir de uma molécula freqüentemente contradiz o padrão obtido com outra.

 

O biólogo molecular canadense W. Ford Doolitle não crê que o problema irá embora. Talvez os cientistas “tenham falhado em encontrar a ‘árvore verdadeira’”, escreveu em 1999, “não porque os métodos sejam inadequados ou porque eles escolheram os genes errados, mas porque a história da vida não pode ser representada de forma apropriada como uma árvore”. Contudo, os livros de biologia continuam a assegurar aos estudantes de que a Árvore da Vida de Darwin é um fato científico esmagadoramente confirmado pelas evidências. Porém, julgando pelas evidências fósseis e moleculares reais, é uma hipótese não verificada mascarada como fato.

 

A “Árvore da Vida” de Darwin, e seus ramos, tem sido seriamente questionada pelo registro fóssil e a biologia molecular moderna. (Figura – Biology, Miller & Levine, publicado por Prentice Hall).

 

Todos eles são parecidos: a homologia em membros de vertebrados

 

A maioria dos livros de biologia contém desenhos de membros de animais vertebrados mostrando similaridades em suas estruturas ósseas. Os biólogos antes de Darwin notaram este tipo de similaridade e a chamaram “homologia”, eles atribuíram isso à construção sobre um protótipo ou design comum. Entretanto, em A Origem das Espécies, Darwin argumentou que a melhor explicação para a homologia é a descendência com modificação, e considerou isso como evidência a favor de sua teoria.

 

Os seguidores de Darwin dependem das homologias para organizar os fósseis em ramos de árvores que supostamente mostram relações do tipo ancestral-descendente. Em seu livro de 1990, Evolution and the Myth of Creationism, o biólogo Tim Berra comparou o registro fóssil com uma série de modelos da Corvette: “Se você comparar um Corvette 1953 e um 1954, lado a lado, depois um modelo 1954 com um 1955, e assim por diante, a descendência com modificação é esmagadoramente óbvia.”

 

Mas Berra esqueceu de considerar um ponto crucial e óbvio: Os Corvettes, até onde alguém já foi capaz de determinar, não dão à luz a Corvettinhos. Como todos os automóveis, eles são projetados pelas pessoas que trabalham para as companhias automotivas. Em outras palavras, uma inteligência externa. Então, embora Berra acreditasse que estava dando apoio à evolução Darwiniana, em detrimento da explicação pré-Darwiniana, sem perceber ele mostrou que a evidência do registro fóssil é compatível com ambas as explicações. O professor de Direito (e crítico do Darwinismo) Phillip E. Johnson apelidou isso como: “O erro de Berra”.

 

A lição a ser aprendida com o erro de Berra é que devemos especificar um mecanismo natural antes de podermos excluir cientificamente a construção via design como a causa da homologia. Os biólogos Darwinianos propuseram dois mecanismos: caminhos desenvolvimentais e programas genéticos. De acordo com o primeiro, as características homólogas surgem de células semelhantes e processos no embrião; de acordo com o segundo, as características homólogas são programadas por genes semelhantes.

 

Mas os biólogos já sabem há 100 anos que as estruturas homólogas freqüentemente não são produzidas por caminhos desenvolvimentais semelhantes. E eles sabem há 30 anos que elas também não são produzidas por genes semelhantes. Então não há um mecanismo empiricamente demonstrado para estabelecer que as homologias sejam devidas à ancestralidade comum, ao invés de design comum.

 

Sem um mecanismo, os Darwinistas modernos simplesmente têm definido homologia como significando semelhança devida à ancestralidade comum. De acordo com Ersnt Mayr, um dos principais arquitetos do Neo-Darwinismo moderno: “Após 1859 tem havido apenas uma definição de homologia que faz sentido biologicamente: Os atributos de dois organismos são homólogos quando derivados de uma característica equivalente do ancestral comum.”

 

Esse é um caso clássico de raciocínio circular. Darwin via a evolução como teoria, e a homologia como evidência a favor dela. Os seguidores de Darwin assumem que a evolução está independentemente estabelecida e a homologia é o resultado dela. Todavia, você não pode utilizar a homologia como evidência a favor da evolução, exceto com o uso de raciocínio circular: Similaridade devido à ancestralidade comum demonstra a ancestralidade comum.

 

Os filósofos da biologia têm criticado esta abordagem por décadas. Como escrito por Ronald Brady em 1985: “Ao transformar nossa explicação em definição da condição a ser explicada, expressamos não uma hipótese científica, mas uma crença. Estamos tão convencidos de que nossa explicação é verdadeira que não mais vemos qualquer necessidade de distingui-la da situação que estamos tentando explicar. Esforços dogmáticos deste tipo devem eventualmente deixar o reino da ciência.”

 

Então como os livros tratam esta controvérsia? Novamente, ignorando-a. Na verdade, eles dão aos estudantes a impressão de que faz sentido definir homologia em termos de ancestralidade comum e então retorcem as palavras e utilizam a homologia como evidência a favor da ancestralidade comum. E chamam isso de “ciência”.

 

Os argumentos Darwinistas sobre a “homologia” (topo) são um caso clássico de raciocínio circular. Distorção grosseira (abaixo): Embriões humanos nunca têm brânquias – nem mesmo rudimentares. (Figura – Biology, 5ª ed. Raven & Johnson, McGraw-Hill).

 

NADA QUE UM POUCO DE COLA NÃO POSSA CONSERTAR: AS MARIPOSAS PIMENTA

 

Darwin estava convencido de que no curso da evolução, “a Seleção Natural foi o meio de modificação mais importante, mas não o único”, contudo, ele não tinha evidência direta disso. O melhor que ele pôde fazer em A Origem das Espécies foi dar “um ou dois exemplos imaginários”.

 

Porém, nos anos de 1950, o médico britânico Bernard Kettlewell forneceu o que parecia ser uma evidência conclusiva da seleção natural. Durante o século anterior, as mariposas pimenta [Biston betularia] da Inglaterra mudaram predominantemente, de coloração clara para coloração escura. Pensou-se que a mudança ocorreu porque as mariposas escuras eram mais bem camufladas nos troncos das árvores, escurecidos devido à poluição, e dessa forma, era menos provável que fossem comidas por pássaros predadores.

 

Para testar essa hipótese de forma experimental, Kettlewell soltou mariposas claras e escuras sobre troncos de árvores próximos em bosques poluídos e não-poluídos, e então observou enquanto os pássaros comiam as mariposas mais visíveis. Como esperado, os pássaros comeram mais mariposas claras no bosque poluído, e mais mariposas escuras no bosque não-poluído. Em um artigo escrito para a Scientific American, Kettlewell chamou isso de “a evidência perdida de Darwin”. As mariposas pimenta logo se tornaram o exemplo clássico de seleção natural em ação, e a história ainda é recontada na maioria dos livros de biologia, acompanhada de fotografias das mariposas nos troncos das árvores.

 

Entretanto, nos anos de 1980, os pesquisadores descobriram evidências de que a história oficial era falha – incluindo o fato pertinente de que as mariposas pimenta normalmente não descansam nos troncos das árvores. Ao invés disso, elas voam de noite, e aparentemente se escondem sob os ramos superiores das árvores durante o dia. Ao soltar as mariposas nos troncos das árvores próximas à luz do dia, Kettlewell criou uma situação artificial que não existe na natureza. Muitos biólogos agora consideram os seus resultados inválidos, e alguns ainda questionam se a seleção natural foi a responsável pelas mudanças observadas.

 

Então de onde vêm todas essas fotos de mariposas em troncos de árvores? Elas foram todas encenadas. Para apressar as coisas, alguns fotógrafos colaram mariposas mortas nas árvores. É claro que, as pessoas que encenaram essas fotos antes dos anos de 1980 acreditavam que estavam representando a situação real, mas agora sabemos que eles estavam errados. Mesmo assim, uma olhada em quase todos os livros de biologia atuais revelam que elas ainda estão todas sendo utilizadas como evidência a favor da seleção natural.

 

Em 1999, um autor canadense justificou a prática: “Você tem de olhar para a audiência. Quão enrolado você quer tornar isto para alguém que está aprendendo pela primeira vez?” Bob Ritter foi citado dizendo na edição de Abril de 1999 da revista Alberta Report Newsmagazine. Os estudantes de ensino médio “ainda são muito concretos em sua forma de aprender”, continuou Ritter. “Nós queremos comunicar claramente a idéia de seleção adaptativa. Mais tarde, eles podem analisar o trabalho de forma crítica.”

 

Aparentemente, o “mais tarde” pode ser muito mais tarde. Quando o professor da Universidade de Chicago, Jerry Coyne, descobriu a verdade em 1998, já estava bem enraizado em sua carreira como biólogo evolucionista. Sua experiência mostra quão insidiosos os ícones da evolução realmente são, visto que eles enganam tanto os especialistas quanto os novatos.

 

 

Evidência fabricada: Como as mariposas pimenta normalmente não descansam nos troncos das árvores, os pesquisadores simplesmente as colaram no lugar adequado. (Figura – Biology, Burton S. Guttman, McGraw-Hill).

 

BICOS E PÁSSAROS: OS TENTILHÕES DE DARWIN

 

25 anos antes de Darwin publicar A Origem das Espécies, ele estava formulando suas idéias como um naturalista a bordo do brigue de exploração H.M.S. Beagle. Quando o Beagle visitou as Ilhas Galápagos em 1835, Darwin coletou espécies da fauna local, inclusive alguns tentilhões.

 

Na verdade, embora os tentilhões tivessem pouco a ver com o desenvolvimento da teoria evolutiva de Darwin, eles atraíram considerável atenção dos biólogos evolucionistas modernos como evidência adicional a favor da seleção natural. Nos anos de 1970, Peter e Rosemary Grant, e seus colegas, notaram um aumento de 5 % no tamanho dos bicos após uma seca rigorosa, porque os tentilhões foram deixados apenas com sementes difíceis de quebrar. A mudança, embora significativa, foi pequena; contudo, alguns Darwinistas alegam que, antes de qualquer coisa, ela explica como as espécies de tentilhões surgiram.

 

Em 1999, um livreto publicado pela NAS [Nota do tradutor: Este mesmo livreto também é publicado no Brasil pela sociedade Brasileira de Genética.] descreve os tentilhões de Darwin como “um exemplo particularmente convincente” da origem das espécies. O livreto cita o trabalho dos Grant, e explica como “um simples ano de seca nas ilhas pode conduzir mudanças evolutivas nos tentilhões.” O livreto também calcula que “se as secas ocorressem cerca de uma vez a cada 10 anos nas ilhas, uma nova espécie de tentilhão poderia surgir em apenas 200 anos.”

 

Mas o livreto falha em apontar que os bicos dos tentilhões retornaram ao normal após o retorno das chuvas. No “ganho líqüido”, não ocorreu evolução. Na verdade, parece que agora várias espécies de tentilhões estão surgindo através de hibridização, ao invés de divergirem através de seleção natural como a teoria de Darwin requer.

 

Esconder evidências com o intuito de dar a impressão de que os tentilhões de Darwin confirmam a teoria evolutiva beira o comportamento impróprio no que diz respeito à pesquisa científica. De acordo com o biólogo de Harvard Louis Guenin (escrevendo para a Nature em 1999), as leis de segurança americanas provêem “nossa mais rica fonte como guia experimental” ao definir o que se constitui em comportamento impróprio científico. Mas um investidor que diz aos seus clientes que pode se esperar que certas ações tenham seu valor dobrado em 20 anos porque elas subiram 5 % em 1998, ao mesmo tempo em que esconde o fato de que as mesmas ações declinaram em 5 % em 1999, pode muito bem ser acusado de fraude. Como escrito pelo professor de Direito Phillip E. Johnson no The Wall Street Jorunal em 1999: “Quando os nossos principais cientistas têm de se utilizar do tipo de distorção que colocaria um investidor na cadeia, você sabe que eles estão com um problema.”

 

O tipo de distorção que poderia colocar um investidor na cadeia. (Figura – Biology, 5ª ed, Raven & Johnson, McGraw-Hill).

 

DOS GRANDES MACACOS AOS HUMANOS

 

A teoria de Darwin rende ao máximo quando aplicada às origens humanas. Enquanto ele dificilmente menciona este tópico em A Origem das Espécies, posteriormente Darwin escreveu extensivamente sobre o assunto em The Descent of Man. “Meu propósito”, ele explicou, “é mostrar que não há uma diferença fundamental entre o homem e os animais superiores em suas faculdades mentais” – mesmo em moralidade e religião. De acordo com Darwin, a tendência de um cachorro em imaginar um agente escondido em coisas movidas pelo vento “poderia facilmente passar como crença na existência de um ou mais deuses”.

 

Claro, a consciência de que o corpo humano é parte da natureza já estava presente há muito tempo antes de Darwin. Mas ele estava alegando muito mais. Como os filósofos materialistas desde a Grécia antiga, Darwin acreditava que os humanos são nada mais que animais.

 

Contudo, Darwin precisava de evidências para confirmar sua proposição. Embora os Neandertais já tivessem sido encontrados, naquele tempo eles não eram considerados como ancestrais dos humanos, então Darwin não tinha evidência fóssil para apoiar sua visão. Somente em 1912 o paleontologista amador Charles Dawson anunciou que tinha descoberto o que os Darwinistas estavam procurando, em uma cascalheira, em Piltdown, Inglaterra.

 

Dawson encontrou parte de um crânio humano e parte de uma mandíbula simiesca com dois dentes. 40 anos depois um time de cientistas provou que o crânio de Piltdown, embora tivesse milhares de anos, pertencia a um humano moderno, enquanto o fragmento da mandíbula era mais recente e pertencia a um orangotango moderno. A mandíbula tinha sido quimicamente tratada para parecer como um fóssil, e os dentes tinham sido deliberadamente lixados para parecerem mais humanos. O homem de Piltdown foi uma falsificação.

 

A maioria dos livros de biologia modernos nem mesmo menciona Piltdown. Quando os críticos do Darwinismo trazem isso à tona, a resposta normalmente é que esse incidente simplesmente prova que a ciência é autocorretiva. E assim foi, neste caso – embora a correção demorasse mais de 40 anos para acontecer. Porém a lição mais interessante a se aprender com Piltdown é que os cientistas, como todo mundo, podem ser enganados a ver o que querem ver.

 

A mesma subjetividade que preparou o caminho para Piltdown continua a atormentar a pesquisa sobre as origens humanas. De acordo com a paleo-antropologista Misia Landau, as teorias sobre as origens humanas “excedem em muito o que pode ser inferido sobre o estudo apenas dos fósseis, e na verdade, põem um fardo pesado na interpretação do registro fóssil – um fardo que é aliviado ao se posicionar os fósseis em estruturas de narrativas pré-existentes.” Em 1996, o curador do Museu Americano de História Natural, Ian Tattersal reconheceu que “em paleo-antropologia, os padrões que percebemos são mais provavelmente o resultado inconsciente da nossa mentalidade do que da evidência em si.” O antropologista da Universidade Estadual do Arizona, Geoffrey Clark repetiu esta visão em 1997, quando escreveu: “Nós selecionamos dentre os conjuntos de alternativas de conclusões de pesquisa, de acordo com as nossas influências e pressuposições.” Clark sugeriu que “a paleo-antropologia tem a forma, mas não tem a substância da ciência.”

 

Os estudantes de biologia e o público em geral raramente são informados sobre as profundas incertezas acerca das origens humanas refletidas nos pronunciamentos acima, de cientistas especialistas na área. Em vez disso, eles são nutridos com a última especulação, como se isso fosse fato. E a especulação é tipicamente ilustrada com desenhos extravagantes de homens das cavernas, ou fotos de atores humanos com maquiagem pesada.

 

O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

 

A maioria de nós admite que aquilo que ouvimos dos cientistas é comparativamente confiável. Os políticos podem distorcer ou “raspar” a verdade a fim de apoiar uma agenda pré-concebida, mas nos dizem que os cientistas lidam com os fatos. É claro que algumas vezes eles podem entender algo errado, mas a beleza da ciência é que ela é empiricamente testável. Se uma teoria está errada, isso será descoberto por outros cientistas realizando experimentos de forma independente, para repetir, ou refutar seus resultados. Desta forma os dados são constantemente revistos e as hipóteses se tornam teorias amplamente aceitas. Sendo assim, como explicaremos tais distorções impregnantes e antiquadas dos fatos específicos, utilizadas para apoiar a teoria da evolução?

 

Talvez a evolução Darwiniana tenha imposto um significado em nossa cultura que tem pouco a ver com o seu valor científico, qualquer que possa ser. Uma indicação disso foi vista na recente reação universal e censuradora do Conselho de Diretores de Escolas do Kansas e sua decisão de não permitir que se discorde da teoria da evolução padrão (muito da qual, como acabamos de ver, está simplesmente errada).

 

De acordo com a imprensa, somente os fundamentalistas religiosos questionam a evolução Darwiniana. Dizem-nos que as pessoas que criticam o Darwinismo querem bombardear a ciência de volta à idade da pedra, e substituí-la com a Bíblia. O crescente conjunto de evidências científicas contradizendo as alegações Darwinianas é firmemente ignorado. Quando o bioquímico Michael Behe apontou no The New York Times, no ano passado, que a “evidência” dos embriões a favor da evolução era falsa, o Darwinista Stephen Jay Gould admitiu que sabia disso há décadas (como notado anteriormente) – mas acusou Behe de “criacionista” por apontar isso.

 

Ora, embora Behe apóie a idéia de que algumas características dos organismos sejam mais bem explicadas por design inteligente, ele não é um “criacionista” da forma como essa palavra é normalmente utilizada. Behe é um biólogo molecular cujo trabalho científico o convenceu de que a teoria Darwiniana não está de acordo com as observações e evidências experimentais. Por que Gould, sabendo que os embriões de Haeckel eram falsos, repudia Behe como um criacionista por criticar isso?

 

Eu suspeito que além de ciência pura, haja uma outra agenda em ação aqui. Minha evidência é a mensagem materialista tecida de forma mais ou menos explícita em muitas explicações dos livros. O livro Evolutionary Biology de Futuyma é característico disso, informando aos estudantes de que “foi a teoria da evolução de Darwin,” junto com a teoria de Marx da história e a teoria de Freud sobre a natureza humana, “que propiciaram a tábua crucial para a plataforma do mecanicismo e materialismo” que desde então tem sido “o palco da maioria do pensamento ocidental.” Um livro cita Gould, que declara abertamente que os humanos não são criados, mas sim os ramos meramente sortudos em uma árvore da vida “contingente” (i.e. acidental). O Darwinista de Oxford, Richard Dawkins, embora não tenha escrito isso em um livro, expressa de forma ainda mais direta: “Darwin fez com que fosse possível ser um ateu intelectualmente satisfeito.”

 

[Nota do tradutor: Ver página 2 do livro Biologia Evolutiva, 2ª edição, de Douglas J. Futuyma, publicado pela Sociedade Brasileira de Genética em 1997.]

 

Estas visões são obviamente filosóficas, e não científicas. Futuyma, Gould e Dawkins têm o direito de ter sua filosofia. Mas eles não têm o direito de ensiná-la como se fosse ciência. Em ciência, todas as teorias – incluindo a evolução Darwiniana – devem ser testadas contra as evidências.

 

Visto que Gould sabe que a evidência real da embriologia contradiz os desenhos falsos em livros de biologia, por que ele não assume um papel mais ativo na limpeza da educação científica? As adulterações e omissões que eu examinei aqui são apenas uma pequena amostra. Há muito mais. Por muito tempo o debate sobre a evolução assumiu “fatos” que não são verdadeiros. Chegou a hora de limpar as mentiras que obstruem a discussão popular sobre a evolução, e insistir que as teorias estejam de acordo com as evidências. Em outras palavras, é hora de fazer ciência como se supõe que seja feita.

 

Seus filhos estão usando estes livros?


Jonathan Wells analisou 10 livros de biologia populares nos EUA. Os textos foram avaliados em quão bem eles lidam com a “evidência” evolutiva do experimento de Miller-Urey, dos embriões de Haeckel, da Árvore da Vida de Darwin, da homologia entre os membros dos vertebrados, das mariposas pimenta e dos tentilhões de Darwin. Uma nota “A” significa que o livro apresenta a verdade por completo, discutia as controvérsias científicas relevantes e reconhecia que a teoria de Darwin – como todas as outras teorias científicas – poderia ter de ser revisada ou descartada, se não se adequa aos fatos. Um “F” indica que o livro apóia-se de forma não crítica em falácias lógicas, trata uma teoria de forma dogmática como se fosse um fato inquestionável, ou deturpa grosseiramente evidências científicas publicadas. Abaixo as notas:

 

[Nota do tradutor: Que tal fazer o mesmo com os livros de biologia de ensino médio utilizados aqui no Brasil?]

 

 

Concede-se a permissão para copiar este artigo com propósitos não-comerciais, desde que seja dado o devido crédito ao Discovery Institute.

 

Sobre o autor:

 

Jonathan Wells têm dois Ph.D.s, um em Biologia Celular e Molecular pela Universidade da Califórnia em Berkeley, e um em Estudos Religiosos pela Univerdade de Yale. Trabalhou como biólogo pesquisador durante um pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley, como supervisor de um laboratório médico em Fairfield, Califórnia, e já lecionou biologia na Universidade Estadual da Califórnia em Hayward.

 

O Dr. Wells já publicou artigos nos periódicos: Development, Proceedings of the National Academy of Sciences USA, BioSystems, The Scientist e The American Biology Teacher. Também é co-autor de Charles Hodge’s Critique of Darwinism (Edwin Mellen Press, 1988) e Icons of Evolution: Why much of what we teach about evolution is wrong (Regnery Publishing, 2000).

 

O Dr. Wells atualmente está trabalhando em um livro que critica a ênfase excessiva dos genes na biologia e medicina.

Para baixar o arquivo (.pdf), clique < aqui > ou < aqui >.

(Espere um pouco e procure o link para baixar na página que será aberta.)

No link a seguir o autor responde às críticas:

http://www.idthefuture.com/2005/12/icons_of_evolution_a_response_3.html

Esta série de respostas também será traduzida posteriormente.

Ajudem a divulgar.

OS OLHOS DOS TRILOBITAS: EVIDÊNCIA DE DESIGN?

janeiro 12, 2007 às 12:44 am | Publicado em Blogroll, Uncategorized | Deixe um comentário

 

OS OLHOS DOS TRILOBITAS: EVIDÊNCIA DE DESIGN?

Por: Maximiliano Mendes – [02/01/2007]

 

1) QUE BICHO É ESSE?

Primeiramente, uma descrição breve sobre estes animais:

Os trilobitas pertenciam a uma classe extinta de artrópodes (semelhantes aos Chelicerata atuais), que, de acordo com a perspectiva secular, habitaram este planeta há aproximadamente 540-250 milhões de anos, ou seja, do período cambriano, quando surgiram, até o permiano, quando foram extintos (na grande extinção do permiano-triássico). Eram animais marinhos, geralmente bentônicos, habitantes do solo oceânico, e se alimentavam filtrando lama/lodo. Os trilobitas são o grupo animal mais diverso preservado no registro fóssil [1].

Possuíam tamanho de aproximadamente 0,1-70 cm, corpo com formato oval e achatado, dividido em três partes: cabeça, tórax e cauda. Um par de sulcos dividia longitudinalmente o corpo do animal em três regiões, daí vem o nome: três lobos – trilobita. Possuíam um exoesqueleto mineralizado, constituído de uma malha de quitina, contendo proteínas e os minerais carbonato de cálcio (calcita) e fosfato de cálcio [1]. As lentes dos olhos dos trilobitas também eram constituídas do mineral calcita, facilitando a preservação da estrutura nos fósseis [2]. A figura 1 apresenta um esquema básico de um trilobita típico:

 

 

Figura 1. Esquema básico de um trilobita. < Fonte >

Hmpf! Cadê a evidência de design, não tô vendo nada!

2) OS OLHOS

De acordo com o evolucionismo, tendo em vista que surgiram muito cedo no registro fóssil, estando dentre os primeiros artrópodes, o esperado é que os trilobitas fossem animais bastante simples em comparação com os artrópodes atuais. Todavia, alguns trilobitas apresentam uma estrutura que de simples não tem nada: Os olhos esquizocroais. Vejamos a seguir uma série de citações de pesquisadores, sobre estes olhos [3, 4]:

· Niles Eldredge: Estas lentes – tecnicamente denominadas a-esféricas e a-planáticas – aperfeiçoam a coleta de luz e a formação de imagens melhor do que qualquer lente já concebida. Podemos, com justiça, surpreender-nos com esses trilobitas, que muito cedo na história da vida na Terra, acharam por acaso o melhor design de lentes possível que a física ótica já foi capaz de formular.

· Riccardo Levi-Setti: Na verdade, este conjunto óptico [doublet] é um dispositivo tão tipicamente associado com a invenção humana que sua descoberta em trilobitas nos choca. Perceber que os trilobitas desenvolveram e utilizaram tais dispositivos há meio bilhão de anos torna o choque ainda maior. E uma descoberta final – de que a interface refratante entre os dois elementos das lentes em um olho de trilobita foi planejada de acordo com as construções óticas calculadas por Descartes e Huygens na metade do século XVII – beira a completa ficção científica. O design das lentes dos olhos dos trilobitas poderia muito bem ser qualificado para o registro de uma patente.

· David Raup: Os trilobitas utilizaram um design ótico ótimo. Para se desenvolver igual hoje em dia, seria necessário um engenheiro ótico bem treinado e criativo.

· Lisa Shawyer: Os olhos dos trilobitas tinham as lentes mais sofisticadas já produzidas pela natureza.

· Ian Taylor: Se Darwin “gelou” ao pensar no olho humano no fim do ciclo evolutivo, imagina o que ele teria pensado sobre o olho do trilobita, próximo do começo [do ciclo evolutivo]?

Essas citações nos garantem que efetivamente estes olhos são estruturas de altíssima sofisticação. Vejamos a seguir, de forma básica, como funcionavam, e algumas de suas características principais.

Os trilobitas apresentam três tipos de olhos: holocroais, esquizocroais e abatocroais (figura 2), sendo este último tipo intermediário em complexidade entre os dois primeiros, e também considerado morfologicamente à parte. Assim como os olhos de vários outros artrópodes eram do tipo composto: consistiam em arranjos de estruturas chamadas omatídeos, sendo que cada um apontava para uma direção levemente diferente. Este arranjo era protegido por córneas, sendo uma para cada lente individual, no caso dos olhos esquizocroais e abatocroais, e uma única córnea cobrindo todas as lentes, no caso dos olhos holocroais. [2, 5].

Acredita-se que o tipo mais antigo a ter surgido é o holocroal, que consistia em vários omatídeos pequenos e comprimidos, todos cobertos por uma única córnea de calcita. Quando da ecdise, esta córnea era perdida, permitindo que o olho do animal também crescesse. Novos omatídeos eram adicionados abaixo dos já existentes, em um padrão hexagonal semelhante a um favo de mel [2].

 

Figura 2. Os três tipos de olhos dos trilobitas. < Fonte >

Os trilobitas da família Phacopidae, possuíam olhos esquizocroais (ou olhos agregados), que, de acordo com alguns cientistas, como já visto, eram os sistemas óticos mais avançados utilizados por organismos [6, 7] (veja mais alguns na figura 3).

 

Figura 3. Olhos esquizocroais de trilobitas da família Phacopidae.

< Fonte >

Vejamos mais detalhes sobre os olhos esquizocroais a seguir:

As lentes dos olhos de vertebrados têm músculos associados, que as ajudam a focar melhor a imagem ao mudar sua forma – processo denominado acomodação visual. Já as lentes dos olhos dos trilobitas não possuíam essa característica, então para resolver este problema, elas formavam um doublet – um conjunto ótico consistindo de duas lentes de índices de refração diferentes atuando de forma combinada – unido por uma superfície de Huygens: A primeira lente em cada omatídeo era esférica e a segunda era arqueada, contendo uma superfície ondulada associada à primeira. Este arranjo permitia a correção das aberrações esféricas (a distorção da imagem), além de aumentar a sensibilidade ao contraste aproximadamente cinco vezes, e efetivamente reduzir o número-f do olho (figura 4). As lentes eram também posicionadas de forma a produzir uma zona de visão sobreposta, permitindo a percepção de profundidade. Assim, os olhos dos trilobitas também permitiam que eles enxergassem em todas as direções, ao mesmo tempo! [2, 6, 5].

Estes olhos empregavam o princípio de Fermat, a condição do seno de Abbe, e as leis de refração de Snell para compensar a ótica birrefringente dos cristais de carbonato de cálcio, componentes das lentes [6].

 

Figura 4. As lentes compostas dos olhos dos trilobitas promoviam a formação de imagens não difusas, graças ao doublet de duas lentes unidas por uma superfície de Huygens. < Fonte >

 

Sendo assim, tais olhos apresentavam um design bastante eficiente, que os permitiam ver uma imagem não distorcida dentro da água, em todas as direções, determinar distância e profundidade, ao mesmo tempo em que eram um sensor ideal para a detecção de movimento [6].

Falando tecnicamente… o olho esquizocroal dos trilobitas Phacopidas


O olho agregado ou olho esquizocroal tinha uma lente que consistia em duas partes. Uma lente superior feita de calcita orientada (índice de refração, n = 1,66) e uma lente inferior de quitina (n = 1,53). A forma do limite comum entre as duas lentes é descrita por uma equação de quarto grau.

 

O professor Levi-Setti, uma autoridade em trilobitas, diz que, com uma lente de calcita imersa na água (como neste caso) é impossível que as lentes superiores funcionem como requerido1.

 

A lente inferior é moldada para corrigir o padrão de raios de luz que emerge das lentes de calcita e para focar todos os raios em um só ponto.

 

Um limite de forma similar para uma lente de vidro no ar foi deduzido por Descartes2 e Huygens3.

 

Em relação às lentes dos trilobitas, Levi-Setti afirma que4:

 

“Há, na verdade, somente uma escolha de índices de refração para os quais a lente traz raios de luz paralelos para um foco. Isso envolve os fatos de que a lente superior é feita de calcita (n = 1,66), e a lente inferior é feita de quitina (n = 1,53).”

 

O Dr. Levi-Setti conclui5:

 

“Os trilobitas resolveram um problema físico muito elegante e aparentemente conheciam o príncípio de Fermat, a condição do seno de Abbe, as leis de refração de Snell, e a ótica dos cristais birrefringentes…”

 

1. R. Levi-Setti, Trilobites: A Photographic Atlas, University of Chicago Press, Chicago, 1975, p. 38.

2. R. Descartes, La geometrie, oeuvres de Descartes, Vol. 6, ed. C. Adam and P. Tannery, Libraire Philosophique, Paris.

3. C. Huygens, Treatise on Light, 1690. Translated by S.P. Thompson, University of Chicago Press, 1912.

4. R. Prokop, Fossils. Hamlyn Colour Guide, Hamlyn, London, 1981.

5. Ref 1. p. 33.

Fonte: http://www.creationontheweb.com/content/view/587

Grande coisa, a evolução já explicou tudo isso! Foi assim ó: Era uma vez, há muito tempo, em uma terra muito distante…

3) SOBRE AS ORIGENS…

Os primeiros trilobitas aparecem no início do período Cambriano, e possuem todas as características básicas de um trilobita típico. Acredita-se que descendem de artrópodes do pré-cambriano, que originaram os trilobitas e outros aracnomorfos cambrianos. Alguns fósseis são possíveis candidatos: Parvancorina e Primicaris. Todavia, de forma geral, devido à falta de intermediários no registro fóssil, mostrando uma sucessão progressiva passo-a-passo (o que não seria tão impossível no caso dos artrópodes, devido à presença do exoesqueleto…) as opções continuam sendo especular acerca das semelhanças entre animais, baseando-se em características supostamente plesiomorfas, imaginando como poderia ter se dado o processo, tendo em vista as exigências do evolucionismo. No caso dos olhos, o fato deles serem constituídos de carbonato de cálcio facilitaria ainda mais a preservação no registro fóssil, todavia, aparentemente, não vemos um padrão de desenvolvimento gradual e passo-a-passo. Também já se sabe que outros artrópodes de corpos mais frágeis ou delicados, ao invés de serem os ancestrais dos trilobitas, na verdade são seus contemporâneos. [2, 5].

Sobre a evolução do olho esquizocroal em trilobitas adultos, especula-se que seria resultante de pedomorfose. Alguns trilobitas quando imaturos apresentam olhos esquizocroais, e quando adultos, holocroais. Então a presença de olhos esquizocroais nos adultos seria na verdade a manutenção dos olhos esquizocroais juvenis, que tiveram seu desenvolvimento “desacelerado”. Esta hipótese falha em explicar a origem dos olhos esquizocroais em primeiro lugar [5].

Outras tentativas [2] especulam acerca de possíveis mudanças que teriam de ter acontecido ao longo do tempo, como forma de tentar estabelecer uma relação evolutiva entre os três tipos de olhos dos trilobitas. Todavia, além de serem apenas sugestões especulativas sem evidências, não consideram as mudanças moleculares responsáveis pelas mudanças anatômicas. (É algo bem na linha: “eu posso imaginar como isso evoluiu, então deve ter evoluído”).

Tais hipóteses surgem não a partir da análise objetiva e imparcial das evidências e fatos observados, mas sim porque tais tipos de processos são requeridos a priori pelo evolucionismo.

Outro ponto importantíssimo [5]: de acordo com o registro fóssil dos trilobitas, a tendência é a diminuição de complexidade e perda dos olhos!

E daí? Você é ominoso, desonesto, mentiroso, insidioso, dissimulado, nefasto, proxeneta, amaurótico, fundamentalista e ignominioso!

4) CONCLUINDO: O QUE PODEMOS INFERIR?

Até agora vimos que:

· Apesar de surgirem muito cedo no registro fóssil, os trilobitas já apresentavam olhos de altíssima complexidade e sofisticação.

· Ainda não se conseguiu demonstrar de forma satisfatória que existiam ancestrais dos trilobitas com olhos mais simples, e que ao longo do tempo, gradualmente e passo-a-passo, originaram olhos de tamanha complexidade.

· Dificilmente algum pesquisador diria que todos os acréscimos de informação genômica surgiram de repente, juntos, originando uma estrutura tão complexa e sofisticada.

 

 

 

O CRITÉRIO DE COMPLEXIDADE ESPECIFICADA DE DEMBSKI PARA A DETECÇÃO DE DESIGN

 

É interessante citar o critério de complexidade especificada para a detecção de design de William Dembski [8]. De acordo com ele, no livro Signs of Intelligence, p. 176:

 

Quando agentes inteligentes atuam, eles deixam pra trás uma marca característica, ou assinatura – o que eu chamo complexidade especificada. O critério de complexidade especificada detecta design ao identificar esta marca característica de objetos projetados.

 

Ele continua (ibid p.178):

 

Toda vez que inferimos design, devemos estabelecer três coisas: contingência, complexidade e especificação. A contingência nos assegura que o objeto em questão não é o resultado de um processo automático, e, portanto, não-inteligente, que não tinha nenhuma escolha a não ser produzi-lo. A complexidade nos assegura de que o objeto não é tão simples ao ponto de ser prontamente explicado pelo acaso. E finalmente, a especificação assegura que o objeto exibe o tipo de padrão característico de uma inteligência.

 

Dembski utiliza um diagrama chamado filtro explanatório para demonstrar a aplicação deste critério, mostrado na figura a seguir:

 


O filtro explanatório, diagrama que representa o critério de complexidade especificada de Dembski para se inferir design.

 

Infelizmente, ainda não se desenvolveu adequadamente este método de detecção de design para aplicá-lo aos sistemas biológicos, sobretudo, creio eu, no que diz respeito ao passo três do filtro. Então, apesar de não podermos utilizá-lo aqui com exatidão, vale a pena comparar o que vimos até agora sobre os olhos esquizocroais e refletirmos sobre se eles são contingentes ou não, se apresentam complexidade ou não, e se exibem ou não essa marca característica de objetos projetados.

 

 

 

 

Baseado no caso cumulativo, e livre das amarras do naturalismo filosófico, a melhor explicação possível para o que se vê aqui, é que esta estrutura é obra de um planejador (ou designer inteligente, como queira), e não o resultado de processos impessoais aleatórios. Visto de outra forma, ao invés de uma estória do tipo “é-porque-é”, sobre um ancestral simples que se desenvolveu aos poucos, passo-a-passo, onde tudo isso é visto no registro fóssil e as mudanças bioquímicas podem ser demonstradas sem sombra de dúvidas, este exemplo está mais para uma estória que já começa bem adiantada: a princesa nem tem de perder tempo beijando um sapo.

Não importa! Eu odeio o seu Deus, ele é mau! Ele é malvado!

 

6) REFERÊNCIAS E NOTAS:

[1] http://www.answers.com/trilobites

[2] http://bjo.bmj.com/cgi/content/full/86/4/372

[3] http://www.apologeticspress.org/articles/2021

[4] http://www.apologeticspress.org/articles/61

[5] http://www.trilobites.info – Website EXCELENTE sobre trilobitas. Bastante completo, com muitas informações e figuras. Destaque especial para uma nota que o autor colocou sobre a palavra “design”, na página sobre os olhos. Acaba chamando ainda mais atenção J

[6] ASHTON, J. & WESTACOTT, M. (Editores). The big Argument: Does God Exist? Master Books. 2005. pp. 132-133

[7] http://www.creationontheweb.com/content/view/587

[8] DEMBSKI, W. & KUSHINER, JM. (Editores). Signs of Intelligence: Undertanding Intelligent Design. Brazos Press. 2001. Capítulo 13.

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Para baixar o arquivo em formato .pdf, clique < aqui >.

 

A MICROEVOLUÇÃO PODE EXPLICAR A MACROEVOLUÇÃO?

janeiro 11, 2007 às 11:16 am | Publicado em Blogroll, Uncategorized | Deixe um comentário

Sumário: A Controvérsia Científica Sobre se a Microevolução Pode Explicar a Macroevolução.

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Quando Charles Darwin publicou A Origem das Espécies em 1859, já se sabia que as espécies existentes podiam sofrer modificações ao longo do tempo. Isto é a base do melhoramento artificial, que já era praticado há milhares de anos. Darwin e seus contemporâneos também eram familiarizados com o registro fóssil e sabiam que haviam ocorrido grandes mudanças nos seres vivos ao longo do tempo geológico. A teoria de Darwin dizia que um processo análogo ao melhoramento artificial também ocorria na natureza, ele chamou este processo de seleção natural. Essa teoria também dizia que as mudanças nas espécies existentes, devidas primariamente à seleção natural, poderiam, se dado o tempo suficiente, produzir as grandes mudanças que vemos no registro fóssil.

Depois de Darwin, o primeiro fenômeno (mudanças dentro de uma espécie já existente, ou conjunto genético, ou pool gênico) foi denominado “microevolução”. Há uma abundância de evidências para se crer que ocorram mudanças dentro das espécies existentes, tanto domésticas quanto selvagens, então a microevolução é incontestável. O segundo fenômeno (Mudanças em larga-escala ao longo do tempo geológico) foi denominado “macroevolução”, e a teoria de Darwin de que os processos responsáveis pelo primeiro fenômeno podem explicar o segundo foi controversa desde o início. Muitos biólogos, durante e depois do tempo em que Darwin viveu têm questionado se o equivalente natural da criação doméstica poderia fazer o que a criação doméstica nunca fez – em outras palavras, produzir novas espécies, órgãos e planos corporais. Nas primeiras décadas do Século XX, o ceticismo sobre este aspecto da evolução era tão grande que a teoria de Darwin foi eclipsada. (Ver o Capítulo 9 do livro de Peter Bowler – Evolution: The History of an Idea, University of California Press, edição revisada, 1989).

Nos anos de 1930, os “neo-Darwinistas” propuseram que as mutações genéticas (que Darwin desconhecia) poderiam resolver o problema. Apesar de a grande maioria das mutações ser prejudicial (e assim não poderem ser favorecidas pela seleção natural), em casos raros elas podem beneficiar um organismo. Por exemplo, mutações genéticas podem explicar alguns casos de bactérias resistentes a antibióticos; se um organismo está na presença do antibiótico, tal mutação é benéfica. Entretanto, todas as mutações benéficas conhecidas afetam somente a bioquímica de um organismo; a evolução Darwiniana requer mudanças em grande escala na morfologia ou anatomia. Na metade do Século XX, alguns geneticistas Darwinianos sugeriram que “macromutações” ocasionais poderiam produzir as mudanças morfológicas em grande escala requeridas pela teoria de Darwin. Infelizmente, todas as mutações morfológicas conhecidas são danosas, e quanto maiores seus efeitos, mais danosas são. As críticas científicas das macromutações passaram a chamar isso de hipótese dos “monstros promissores” [hopeful monsters]. (Ver o Capítulo 12 do livro de Bowler).

A controvérsia científica sobre se os processos observáveis dentro de espécies e conjuntos gênicos existentes (microevolução) podem explicar as grandes mudanças ao longo do tempo geológico (macroevolução) continua até hoje. Aqui estão alguns exemplos de artigos científicos recentes, revisados por especialistas, que fazem referência a isso:

· David L. Stern, “Perspective: Evolutionary Developmental Biology and the Problem of Variation”, Evolution 54 (2000): 1079-1091. [Perspectiva: Biologia do Desenvolvimento Evolutiva e o Problema da Variação].

o “Um dos problemas mais antigos na biologia evolutiva permanece em grande parte não solucionado… Historicamente, os responsáveis pela síntese neo-Darwinista enfatizaram a predominância de micromutações na evolução, enquanto outros notaram as similaridades entre algumas mutações dramáticas e as transições evolutivas para argumentar a favor do macromutacionismo.”

· Robert L. Carrol, “Towards a New Evolutionary Synthesis”, Trends in Ecology and Evolution, 15 (January, 2000): 27. [Em Direção a uma Nova Síntese Evolutiva]

o “Fenômenos evolutivos em grande escala não podem ser entendidos somente tendo como base a extrapolação de processos observados em nível de populações e espécies modernas.”

· Andrew M. Simons, “The Continuity of Microevolution and Macroevolution”, Journal of Evolutionary Biology 15 (2002): 688-701. [A Continuidade da Microevolução e Macroevolução]

o “Um debate persistente em biologia evolutiva é sobre a continuidade da microevolução e macroevolução – se as tendências macroevolutivas são regidas pelos princípios da microevolução.”

Deve ser notado que todos os cientistas citados acima crêem na evolução Darwiniana, e todos eles crêem que a controvérsia eventualmente será resolvida dentro do arcabouço desta teoria. Stern, por exemplo, acredita que novos estudos sobre as funções de genes envolvidos no desenvolvimento propiciarão “o elo perdido atual” (p. 1079) O ponto importante aqui é que a controvérsia ainda não foi resolvida, precisamente porque ainda falta a evidência necessária para resolvê-la. É importante que os estudantes saibam o que a evidência mostra e o que ela não mostra – e não somente o que alguns cientistas esperam que a evidência irá mostrar eventualmente.

Como a controvérsia sobre a microevolução e a macroevolução está no coração da teoria de Darwin, e como a teoria evolutiva é tão influente na biologia moderna, o fato de os currículos de biologia ignorarem a controvérsia inteiramente é um desserviço para os estudantes. Além do mais, visto que a evidência científica necessária para resolver a controvérsia ainda está faltando, é errado dar aos estudantes a impressão de que a controvérsia já foi resolvida e que todos os cientistas chegaram a um consenso sobre essa questão.

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Tradução: Maximiliano Mendes.

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